Gestão organizacional

Esse documento aborda de forma sucinta o modelo organizacional adotada pelo coletivo, a sociocracia.

Sociocracia?

A sociocracia é um tipo de administração participativa que proporciona às pessoas a condição de não apenas participar do processo, mas também de gerir em conjunto. Ou seja, em um coletivo, todas as decisões devem ser tomadas a partir da opinião de todos os membros da sociedade, um modelo coletivo de autogestão. Nesse sistema, o poder e a soberania são exercidos pelo conjunto, que possui uma inteligência coletiva e é capaz de se auto-organizar.

Sociocracia 3.0 ― o que é?

O conceito se popularizou dentro das organizações após o lançamento do livro “We the People”, de Sharon Villines e John Buck, em 2007. Mas o conceito só passou a se tornar viral quando os palestrantes James Priest e Bernhard Bockelbrink cocriaram a sociocracia 3.0 (S3) ― uma evolução da mentalidade sociocrática, moldada para encaixar em organizações e grupos de todos os tamanhos, permitindo que todas as metodologias ágeis sejam acopladas para acelerar as transformações.

Assim como o conceito político da sociocracia, a cultura organizacional na S3 envolve tomadas de decisão em grupo e sem critérios hierárquicos, mas com agentes facilitadores que tomam decisões com base no consentimento do todo.

Os sete princípios da S3

A S3 é construída sobre sete princípios que moldam a sua cultura organizacional, e devem ser praticados por todos os indivíduos da empresa ou grupo para que os valores sejam disseminados.

Princípio da eficácia

O tempo deve ser dedicado apenas naquilo que nos aproxima de nossos objetivos. Reuniões desnecessárias e que não geram insights são descartadas no modelo S3. Portanto, é importante que todos os indivíduos gastem algum tempo aprendendo a priorizar atividades.

Princípio do empirismo

Mais importante do que discutir hipóteses é estar pautado em evidências. Portanto, tudo deve ser testado, experimentado, revisado e avaliado de acordo com a realidade. O valor é dado para aquilo que envolve informações concretas de sua eficácia.

Princípio do consentimento

Na sociocracia 3.0, o poder está nas mãos dos bons argumentos, e não de líderes ou gestores. Assim, as tomadas de decisões são baseadas em argumentações. Não é preciso que 100% do grupo esteja em conformidade, mas é preciso que exista coerência e democracia nas deliberações.

Princípio da equivalência

Durante uma tomada de decisões, é preciso envolver as pessoas que serão afetadas por aquela decisão. Afinal, se uma pessoa será afetada, isso significa que ela é a pessoa ideal para ser ouvida sobre aquele assunto.

Princípio da transparência

Transparência total é um dos principais valores da S3. Todas as informações precisam ser compartilhadas em conjunto, pois só assim é possível que todos sejam aptos a contribuir com as decisões. Acordos de confidencialidade são feitos apenas com propósitos muito bem estabelecidos.

Princípio da responsabilidade

Uma sociedade sem soberanos só funciona com base na responsabilidade individual. Cada pessoa precisa estar completamente ciente de suas funções para cumprir os próprios acordos e fazer a gestão de si mesma.

Princípio de melhoria contínua

A evolução é orgânica, portanto, é preciso ter abertura para mudanças. Só assim é possível acomodar novos aprendizados e transformações. Também é importante documentar e compartilhar novos aprendizados para evitar gerar gargalos com a repetição de padrões antigos e pouco eficazes.