Manifesto

Vivemos em um mundo e um tempo em que estamos constantemente cercados de informação. Bytes trafegando em quantidades e velocidades alucinantes. Novas redes, novos tempos: gigantes corporativos e tecnocratas nos espreitam, ditando parâmetros tecnológicos e regras sociais.

Testemunhamos como a base material - para vidas que valem a pena ser vividas - se torna cada vez mais inacessível para a maioria. Qual nosso papel diante desse cenário?

Somos hackers, devs, cientistas, autodidatas e pessoas curiosas - compartilhando o que aprendemos e aprofundando nosso conhecimento através do apoio mútuo e de ações concretas.

Acreditamos que as tecnologias sociais podem ser ferramentas de libertação. Nosso objetivo principal é oferecer alternativas contra monopólios capitalistas e suas instituições autoritárias. Nos opomos a estes poderes que hoje - subjetiva e objetivamente - controlam a sociedade.

Sabemos que através da tecnologia podemos transformar a realidade, criar novas formas de ação e organização.

Atuamos junto à grupos de ação e pesquisa e também com movimentos sociais que buscam soluções para problemas socioambientais. Oferecemos nosso apoio à comunidades tradicionais, iniciativas de economia solidária, e grupos culturais que fazem oposição à políticas de censura.

Temos também como metas em parceria com noss@s camarad@s em todo mundo: fomentar a libertação das tecnologias sociais; criar e aprimorar softwares livres (não proprietários), promover tecnologias de código aberto e copyleft; apresentar dados abertos e indicadores relevantes que fortaleçam instâncias populares de tomada de decisão; difundir práticas e técnicas de autonomia digital, cultura do autocuidado e práticas do bem viver, e também hábitos de segurança da informação; contribuir para o surgimento de ambientes criativos diversos e livres, não submetidos à lógicas corporativas e exploradoras do sistema vigente.

Que nosso coletivo sirva como ferramenta de integração, difusão e criação de saberes, práticas e tecnologias conectando as pessoas através do trabalho e da ação social.

Somos um grupo horizontal, diverso e plural. Repudiamos qualquer forma de discriminação e segregação racial, de gênero, classe ou origem. Temos como proposta organizacional a autogestão e queremos que todas as pessoas que colaboram conosco tenham igual poder de ação, voz e decisão;

Como a farpa, aquele minúsculo pedaço de madeira que se acomoda na carne, somos este pequeno e inquieto incômodo alojado no meio das camadas sociais, inflamando processos de transformação!

Nós somos o coletivo de tecnologia social FARPA!